terça-feira, 30 de junho de 2015

atualidades


O funk ostentação, a “nova classe média” e a luta de classes no Brasil

Já faz algum tempo que o funk não é mais uma “grande descoberta” ou uma “grande novidade” a ser apreciada pela classe média e pela rede Globo com um sabor de exotismo. Ainda assim, não custa lembrar que desde o seu surgimento (em fins dos anos 1980) o funk era encarado pelos setores dominantes da sociedade de forma preconceituosa que contribuía para a criminalização de seus apreciadores, os funkeiros. A preocupação em coibir o consumo de drogas nos bailes e a prática do “corredor” (Lado A X Lado B), levou, em 1998, à formação da CPI do funk na ALERJ, com o objetivo de apurar a incitação à violência e o suposto envolvimento entre os donos das equipes de som e traficantes de drogas. Estudava-se a possibilidade de proibir a realização dos bailes. No entanto, essas e outras tentativas de disciplinar o funk e os funkeiros não impediram que o ritmo fosse aceito e reproduzido em massa para outros segmentos sociais.
Desde quando o ritmo se consolidou como uma manifestação cultural criada pela/para juventude da classe trabalhadora carioca (que habitava as periferias e as favelas do Grande Rio), o mercado, que envolvia apenas algumas equipes de som (e seus técnicos), alguns DJ`s e poucos Mc’s, cresceu imensamente e, hoje, envolve produtoras de videoclipes e emissoras de rádio e de televisão, por exemplo. Essa expansão mercadológica contribuiu para que o funk se nacionalizasse, ultrapassando os limites do Rio de Janeiro, entre o fim dos anos 1990 e o começo dos anos 2000. Até aí, o estado do Rio era praticamente o único centro criador e difusor de novas tendências estéticas. No entanto, a partir da segunda metade dos anos 2000, o funk também passou a ser produzido com fôlego nas periferias de São Paulo, de onde surgiu a última inovação estética, conhecida como ostentação.
Mc's do funk ostentação. Fonte: Google.

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