quarta-feira, 23 de setembro de 2015

MARIO DE ANDRADE

Mário Raul de Morais Andrade nasceu em São Paulo no dia 9 de outubro de 1893.
Sua influência foi decisiva para o Modernismo se fixar definitivamente no Brasil.
Estudou música, foi professor de piano, compositor, pesquisador (interessava-se pelas várias manifestações artísticas), estudou e escreveu sobre folclore, pintura (contribuindo para a renovação da arte brasileira), além de ter sido crítico de arte em jornais e revistas. 
Em 1917, escreveu seu primeiro romance sob opseudônimo de Mario Sobral: “Há uma gota de sangue em cada poema”, nessa obra Mário de Andrade defendia a paz e criticava a Primeira Guerra Mundiale todas as conseqüências que ela causou.
Viajou o Brasil inteiro para pesquisar e conhecer. Visitou cidades históricas, conheceu poemas e canções populares, festas religiosas, lendas, músicas indígenas e etc.
Entre os anos de 1923 e 1930 escreveu “Clã do Jabuti” e “Remate de males”, frutos de suas pesquisas folclóricas.
Em 1922, publicou “Paulicéia Desvairada”, obra que na época agradou aos modernistas porque destruía os padrões literários vigentes e propunha uma nova linguagem poética (verso livre,neologismos, rupturas sintáticas).
A partir de 1930, a poesia de Mário de Andrade se volta para a reflexão, análise e denúncia dos problemas nacionais tomando dois caminhos:
  1. Poesia intimista e introspectiva: destaca-se a obra “Poesia”, de 1942.
  2. Poesia política: caracterizava-se por ter uma linguagem agressiva e combater as injustiças sociais. Destacam-se as obras “O carro da miséria” e “Lira Paulistana”, ambos de 1946.

Macunaíma

Considerada a obra mais importante da primeira fase modernista.
Para compor esta obra, Mário de Andrade se inspirou na obra do etnógrafo (de etnografia, significa, segundo o dicionário Aurélio: disciplina que tem por fim o estudo e a descrição dos povos, sua língua, raça, religião, etc, e manifestações materiais de sua atividade) Koch-Grünberg “Vom Roraima Zum Orinoco” (um conjunto de lendas dos índios Taulipangues e Arecunás).
Mário de Andrade chamou essa obra de rapsódia (nome que na música significa composição que envolve uma variedade de motivos populares). Porém, também pode ser chamada de Romance pois apresenta semelhanças com os romances medievais.

Características da obra Macunaíma

  • Vocábulos indígenas e africanos
  • Gírias
  • Provérbios
  • Ditados populares
  • Modismos
  • Anedotas da história brasileira
  • Erotismo
  • Surrealismo
  • O fantástico se confunde com o real
  • Superstições
  • Aspectos da vida urbana e rural do Brasil

Outras obras

  • A escrava que não é Isaura (ensaio)
  • Primeiro de maio (conto)
  • Peru de natal (conto)
  • Vestida de Preto (conto)
  • Losango cáqui (poesia)
  • Primeiro Andar (conto)
  • Contos Novos (conto)
  • Os filhos da Candinha (crônica)
  • Amar, verbo intransitivo (romance)
  • Macunaíma (rapsódia)
  • O Empalhador de Passarinho (ensaio)
Mário de Andrade morreu em São Paulo em 1945 e atualmente é considerado um dos maiores escritores da literatura brasileira.
Muitos pensam que ele e Oswald de Andrade tinham algum parentesco; porém, não é verdade. Os dois se conheceram em 1917 e por alguma razão desconhecida, essa amizade terminou em 1929.

Vicente do Rego Monteiro: Cultura indígena no modernismo

O pernambucano Vicente do Rego Monteiro (1899-1970) foi pintor, escultor, desenhista, ilustrador e artista gráfico. Nasceu em uma família de artistas. Descendia, por parte de mãe, do pintor Pedro Américo.

Ainda criança, iniciou seus estudos artísticos, em 1908, na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, e em 1911 viajou com a família para Paris, onde passou a freqüentar a Academie Julién. Aos 14 anos teve alguns trabalhos selecionados para participar do Salon des Indépendants, em 1913. Em Paris, manteve contato com Amedeo ModiglianiFernand LégerGeorges Braque, Joan Miró, Albert Gleizes, Jean Metzinger e Louis Marcoussis, importantes artistas modernistas.

No início da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), deixou a França com sua família e passou a morar no Rio de Janeiro. Em 1918, realizou sua primeira exposição individual, no Teatro Santa Isabel, no Recife, e dois anos mais tarde expôs pela primeira vez em São Paulo, onde conheceu Di CavalcantiAnita Malfatti, Pedro Alexandrino e Victor Brecheret.

Em 1920, estudou a arte marajoara e tapajó das coleções do Museu Nacional do Rio de Janeiro, e esse tipo de estética passou a influenciar diretamente seus trabalhos.


Reprodução
Vaso antropomórfico, exemplo de cerâmica Tapajó

A obra de Rego Monteiro incorporou a estética da cerâmica amazônica (a cor, o volume, a forma e a redução da figura), tornando-a uma característica marcante do modernismo brasileiro, que se propunha a resgatar, na arte, as origens do nosso povo.


Reprodução
Mani Oca (O nascimento de Mani), 1921. Aquarela e nanquim sobre papel

Ainda que sua pintura não faça sempre referência direta a uma lenda indígena, como na aquarela Mani Oca (colocada acima), por exemplo, e sim a temas consagrados da história da arte, a influência da cerâmica marajoara ou tapajó é marcante, como vemos a seguir:


Reprodução
A crucifixão, 1922, óleo sobre tela


Mesmo distante, morando em Paris novamente, Rego Monteiro participou daSemana de Arte Moderna com oito obras, entre pinturas a óleo e aquarelas.

Em 1923, fez desenhos de máscaras e figurinos para o balé Legendes Indiennes de L'Amazonie. Trouxe ao Brasil a exposição A Escola de Paris, exibida em Recife, São Paulo e Rio de Janeiro. Decorou a Capela do Brasil, no Pavilhão Vaticano da Exposição Internacional de Paris, em 1937.

Em 1946, fundou a Editora La Presse à Bras, dedicada à publicação de poesias brasileiras e francesas. A partir 1941, publicou seus primeiros versos, no livroPoemas de Bolso, e organizou vários salões e congressos de poesia no Brasil e na França.

Depois de retornar ao Brasil, lecionou pintura na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, em 1957 e 1966. Em 1960, recebeu o Prêmio Guillaume Apollinaire pelos sonetos reunidos no livro Broussais - La Charité. Entre 1966 e 1968, lecionou no Instituto Central de Artes da Universidade de Brasília - UnB.

ABAPORU

Abaporu é uma clássica pintura do modernismo brasileiro, da artista Tarsila do Amaral. O nome da obra é de origem tupi-guarani que significa "homem que come gente" (canibal ou antropófago), uma junção dos termos aba (homem),pora (gente) e ú (comer).
Abaporu
A tela foi pintada por Tarsila em 1928 e oferecida ao seu marido, o escritor Oswald de Andrade. Os elementos que constam da tela, especialmente a inusitada figura, despertaram em Oswald a ideia de criação do Movimento Antropofágico. O Movimento consistia na deglutição da cultura estrangeira, incorporando-a na realidade brasileira para dar origem a uma nova cultura transformada, moderna e representativa da nossa cultura.
O quadro Abaporu foi vendido no ano de 1995 para o argentino Eduardo Constantini por 1,5 milhões de dólares e encontra-se exposto no MALBA (Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires).
Em março de 2011, o Abaporu foi emprestado pelo MALBA para integrar a exposição "Mulheres, Artistas e brasileiras", realizada no Salão Oeste do Palácio do Planalto, em Brasília, que reuniu 80 obras do século XX, pertencentes a 49 artistas mulheres do Brasil. Esta iniciativa consistiu em uma homenagem ao mês da mulher.

Análise da Obra Abaporu

Esta obra marca a fase antropofágica da pintora Tarsila de Amaral que ocorreu entre 1928 e 1930. É possível identificar traços característicos da artistas, como a escolha de cores fortes e inclusão de temas imaginários ou alteração da realidade.
Na pintura vemos um homem com grandes pés e mãos, e ainda o sol e um cacto. Estes elementos podem representar o trabalho físico que era o trabalho da maioria naquela altura. Por outro lado, a cabeça pequena pode significar a falta de pensamento crítico, que se limita a trabalhar com força mas sem pensar muito, sendo então uma possível crítica para a sociedade daquela época.
O homem representado transmite uma certa melancolia, pois o posicionamento da cabeça e expressão denotam alguma tristeza ou depressão. Além disso, o pé grande também pode revelar uma forte conexão do ser humano com a terra.
Quanto às cores usadas, para haver uma clara alusão ao Brasil pois há destaque para o verde, amarelo e azul, cores predominantes da bandeira brasileira.
Saiba mais sobre o significado da Bandeira do Brasil.

Romero Britto e Abaporu

Este quadro, que tem oitenta e cinco centímetros de altura e setenta  e três centímetros de largura, é considerado por alguns críticos como o quadro mais importante produzido no Brasil. O Abaporu teve grande influência em vários artistas brasileiros. Romero Britto, pintor e escultor brasileiro, produziu um quadro que é uma releitura da obra Abaporu, da autoria de Tarsila do Amaral.

ATUALIDADES - Critica e oposição

Deputado afirma que índios são "bando de viadinhos" e é criticado


O deputado estadual do Maranhão, Fernando Furtardo (PC do B), causou polêmica ao chamar indígenas da terra Awá-Guajáde de "bando de viadinhos" durante audiência pública no município de São João do Caru (359 km de São Luís), no Maranhão.

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"Lá em Brasília, o Arnaldo [Lacerda, presidente da Associação dos Produtores Rurais Caruenses] viu os índios tudo de camisetinha, tudo arrumadinho, com flechinha, tudo um bando de viadinho. Tinha uns três que eram viado, que eu tenho certeza, viado.Eu não sabia que tinha índio viado, fui saber naquele dia em Brasília. Índio viado. Então é desse jeito que tá. Como é que índio consegue ser viado, ser baitola e não consegue trabalhar, produzir? Negativo", afirmou.
O PC do B divulgou nota de repúdio às declarações: "O deputado ofende não apenas índios e homossexuais, como também a história e o programa do Partido Comunista do Brasil, sempre à frente das lutas pela garantia da igualdade e dos Direitos Humanos. Consideramos a declaração do deputado uma falta grave cometida contra índios, homossexuais e com o nosso partido", diz o texto.
Depois da nota comunista, o deputado pediu desculpas em comunicado oficial enviado à imprensa. "Venho a público fazer uma retratação formal em relação aos indígenas, homossexuais, ao PC do B e a todo o povo do Maranhão.
Gostaria de reforçar que em nenhum momento tive a intenção de denegrir a imagem do povo indígena que muito contribuiu para a formação do povo brasileiro, em especial do Maranhão. Infelizmente, me deixei levar pelo calor do momento e acabei falando o que não condiz com o meu pensamento e minha formação", explicou.
Furtado afirmou que nem o PC do B, nem o governador do Estado, Flávio Dino (PC do B), tem culpa das suas atitudes.
"Por isso, aquilo que está lá é responsabilidade do deputado Fernando Furtado e não do governador Flávio Dino, também não é responsabilidade dos companheiros, deputados do partido, vereadores, simpatizantes e muito menos do nosso partido", afirmou.

ATUALIDADES- Imigrantes na europa

BBC
29/08/2015 08h51 - Atualizado em 29/08/2015 08h51

O que há por trás da crise de imigrantes na Europa?

Entenda motivos e implicações do aumento do número de pessoas chegando ao continente fugindo da pobreza e de guerras civis.

Laurence PeterDa BBC
Muitos imigrantes, como essa família síria detida na Hungria na sexta, têm atravessado os Bálcãs  (Foto: Bernadett Szabo/ Reuters)Muitos imigrantes, como essa família síria detida na Hungria na sexta, têm atravessado os Bálcãs (Foto: Bernadett Szabo/ Reuters)
De acordo com dados da ONU (Organização das Nações Unidas), cerca de 2,5 mil imigrantes se afogaram no mar Mediterrâneo neste ano vítimas dos muitos barcos superlotados que tentam chegar à costa da Itália e da Grécia.
O fluxo de pessoas desesperadas que parte da Síria e do norte da África na tentativa de alcançar a Europa já é muito maior que o registrado no mesmo período do ano passado.
Números recentes mostram que milhares de pessoas estão usando uma rota perigosa através dos Bálcãs para chegar à Alemanha e a outros países do norte da União Europeia (UE).
Na última semana, novas tragédias voltaram a expor ao mundo a gravidade do problema.
Confira algumas questões-chave para entender a crise:
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Quantas pessoas estão migrando?
Mais de 300 mil imigrantes já arriscaram suas vidas tentando atravessar o Mediterrâneo neste ano, segundo as Nações Unidas. Em todo o ano passado, foram 219 mil pessoas.
Cerca de 200 mil pessoas desembarcaram na Grécia desde janeiro, enquanto outras 110 mil chegaram à Itália.
A maioria dos que chegam às terras gregas optam pela viagem relativamente curta entre a Turquia e as ilhas de Kos, Chios, Lesvos e Samos – em frágeis botes de borracha ou em pequenos barcos de madeira.
A viagem entre a Líbia e a Itália é mais longa e arriscada.
Veja, a seguir, algumas das piores tragédias já ocorridas neste ano:
Dois barcos com cerca de 500 imigrantes afundaram após deixar Zuwara, na Líbia, em 27 de agosto

Corpos de ao menos 71 pessoas, que podem ser imigrantes sírios, foram descobertos em um caminhão abandonado na Áustria, também em 27 de agosto

Naufrágio nos arredores da ilha de Lampedusa, na Itália,matou cerca de 800 pessoas em 19 de abril

ATUALIDADES- Indígenas no brasil

Os povos indígenas no Brasil 
Índio, um povo reprimido
Antes da chegada dos portugueses ao Brasil já existiam vários grupos indígenas habitando em nosso território. Diante dessa variedade os índios brasileiros foram classificados segundo as línguas distintas, que são: Tupi, macro-jê, aruak e karib.

Observe abaixo as características das línguas e dos grupos indígenas que as falam.

Tupi: os grupos indígenas de língua tupi eram as tribos tamoio, guarani, tupiniquim, tabajara etc. Todas essas tribos se encontravam na parte litorânea brasileira. Estes foram os primeiros índios a terem contato com os portugueses que aqui chegaram.
Essas tribos eram especialistas em caça, ótimos pescadores e desenvolveram bem a coleta de frutos.

Macro-jê: raramente eram encontrados no litoral. Com exceção de algumas tribos na serra do mar, eles eram encontrados principalmente no planalto central. Nesse contexto, destacavam-se as tribos ou grupos: timbira, aimoré, goitacaz, carijó, carajá, bororó e botocudo.
Esses grupos indígenas viviam nas proximidades das nascentes de córregos e rios, viviam basicamente da coleta de frutos e raízes e da caça. Esses grupos só vieram a ter contato com os brancos no século XVII, quando os colonizadores adentraram no interior do país.

Karib: grupos indígenas que habitavam a região que hoje compreende os estados do Amapá e Roraima, chamada também de baixo amazonas. As principais tribos são os atroari e vaimiri - esses eram muito agressivos e antropofágicos, isso significa que quando os índios derrotavam seus inimigos, eles os comiam acreditando que com isso poderiam absorver as qualidades daqueles que foram derrotados.

O contato dessas tribos com os brancos ocorreu no século XVII, com as missões religiosas e a dispersão do exército pelo território.

Aruak: suas principais tribos eram aruã, pareci, cunibó, guaná e terena. Etavam situados em algumas regiões da Amazônia e na ilha de Marajó. A principal atividade era o artesanato cerâmico.