quarta-feira, 23 de setembro de 2015

ARTES - Artista que participaram da Semana de Arte Moderna 1922

Confira o grupo de jovens artistas contestadores que,com o tempo,se tornaram eles próprios,clássicos.

Artistas que participaram da Semana de Arte Moderna de 1922

Artes Plásticas

Anita Malfatti (pintora)
Di Cavalcanti (pintor)
- Vicente do Rego Monteiro (pintor)
- Inácio da Costa Ferreira (pintor)
- John Graz (pintor)
- Alberto Martins Ribeiro (pintor)
- Oswaldo Goeldi (pintor)
Victor Brecheret (escultor)
- Hidelgardo Leão Velloso (escultor)
- Wilhelm Haarberg (escultor)

Literatura

Mario de Andrade (escritor)
Oswald de Andrade (escritor)
- Sérgio Milliet (escritor)
- Plínio Salgado (escritor)
- Menotti del Picchia (escritor)
- Ronald de Carvalho (poeta e político)
- Álvaro Moreira (escritor)
- Renato de Almeida (escritor)
- Guilherme de Almeida (escritor)
- Ribeiro Couto (escritor)

Música

- Heitor Villa-Lobos (músico)
- Guiomar Novais (músico)
- Frutuoso Viana (músico)
- Ernâni Braga (músico)

Arquitetura

- Antônio Garcia Moya (arquiteto)
- Georg Przyrembel (arquiteto)

Outras áreas

- Eugênia Álvaro Moreyra (atriz e diretora de teatro)

Oswald de Andrade
Oswald de Andrade (1890-1954) foi o mais transgressor e experimental dos modernistas, autor de irônicos discursos e artigos de ataque aos “passadistas”, nos meses próximos à Semana de 1922, da qual foi um dos idealizadores. “A alegria é a prova dos nove”, declarou no “Manifesto Antropófago” de 1928, que defendia de forma poética uma língua brasileira e a metáfora do canibalismo do índio que deglute o estrangeiro. Era a ideia de antropofagia como caminho para a cultura brasileira, reaproriada pela Tropicália nos anos 1960. Esse projeto construtivo de um modernismo ligado à brasilidade já tinha se anunciado no “Manifesto da Poesia Pau-Brasil”, de 1924, que deu origem ao livro “Pau-Brasil”, publicado no ano seguinte.
Anita Malfatti
Em 1917, depois de estudar pintura em Berlim — onde teve contato com o expressionismo alemão — e Nova York, Anita Malfatti (1889-1964) fez a primeira exposição no país a se autodenominar “moderna”. A mostra entrou para a História pela crítica feroz de Monteiro Lobato, que condenou sua “arte caricatural” tipicamente europeia, vinculando-a à perturbação mental. Já para Oswald de Andrade, sua pintura causava “impressão de originalidade e de diferente visão”. Cinco anos depois, Anita foi uma das principais atrações da exposição que abriu a Semana de Arte Moderna, com telas como “O homem amarelo”, “A estudante russa” e “A ventania”. A maior parte dessas obras, no entanto, era de anos anteriores, porque em 1922 Anita já tinha voltado à pintar de forma mais convencional.
Mário de Andrade
Um dos principais articuladores da Semana, Mário de Andrade (1893-1945) foi um teórico central do modernismo brasileiro. O prefácio de “Pauliceia desvairada”, publicado pouco depois da Semana, inspirou a fase inicial do movimento. A pesquisa folclórica e a linguagem inventiva de “Macunaíma” (1928) definiram o lugar que o modernismo ocupa até hoje no imaginário nacional. Nas décadas seguintes, foi interlocutor de autores das novas gerações, como Drummond e Sabino, e publicou trabalhos importantes sobre música tradicional brasileira.
Menotti del Picchia
Publicado em 1917, o poema “Juca Mulato”, de Menotti del Picchia (1892-1988) chamou atenção por mesclar formas clássicas, disposição gráfica ousada e temas nacionais. Em 1922, teve atuação incendiária na Semana, com uma palestra sobre estética modernista que recebeu aplausos entusiasmados e vaias indignadas. Mais tarde, alinhou-se a um ramo nacionalista do movimento, o “verde-amarelismo”, com Cassiano Ricardo e Plinio Salgado (que também participou da Semana e, em 1932, fundou a Ação Integralista Brasileira, de extrema-direita).
Heitor Villa-Lobos
Se a Semana de 1922 foi um evento de São Paulo, sua grande estrela foi um carioca. Convocado pelos modernistas paulistas em viagem ao Rio, Heitor Villa-Lobos (1887-1959) teve 20 composições interpretadas nos três dias de programação, e um dia todo dedicado a ele, único compositor brasileiro na Semana. Foi aplaudido e também vaiado, pela estranheza causada pelos tambores e instrumentos populares de congado incorporados à orquestra. Mais do que a participação intensiva na semana, a importância do maestro para o modernismo brasileiro está na criação de uma linguagem própria na música nacional, unindo elementos de músicas folclóricas e indígenas já no fim dos anos 1910.
Manuel Bandeira
O pernambucano Manuel Bandeira (1886-1968) já era um poeta estabelecido na época da Semana. Na década anterior, difundira o verso livre em textos críticos e em obras como “Carnaval”, de 1919. Doente, não pôde ir a São Paulo para o evento, mas os modernistas escolheram seu poema “Os sapos” como uma espécie de declaração de princípios. Publicou algumas das principais obras da poesia brasileira da primeira metade do século XX, como “Libertinagem” (1930) e “Estrela da Manhã” (1936).
Paulo Prado
Homem de negócios apaixonado pelas artes, milionário que se julgava de esquerda, historiador amador que se sentiu à vontade entre os jovens modernistas, Paulo Prado (1869-1943) é um personagem essencial e pouco lembrado do modernismo. Rico cafeicultor, foi o principal mecenas da Semana de 22 e um interlocutor fundamental para seus integrantes: assinou o prefácio de “Pau-Brasil”, de Oswald de Andrade, e colaborou tanto com a concepção de “Macunaíma” que Mário de Andrade dedicou o romance a ele.
Ronald de Carvalho
Poeta hoje pouco lido, Ronald de Carvalho (1893-1935) costuma ser mais lembrado por seu papel algo insólito na Semana de 22. Com a ausência de Manuel Bandeira, doente, coube a ele receber as vaias pela leitura do poema “Os sapos”. Foi um dos poucos brasileiros a manter contato com o modernismo português, participando do 1 número da revista “Orpheu” (1915), que publicou poemas vanguardistas de Fernando Pessoa.
Di Calvanti
Foi de Emiliano Di Cavalcanti (1897-1976) a ideia da realização de uma Semana de Arte Moderna em São Paulo — é o que conta a maior parte das versões de uma história repleta delas. Naquele momento, ele era um artista diferente daquele que se tornaria célebre com a pintura de paisagens brasileiras, retratos de mulatas e preocupação social. Di Cavalcanti apresentou sobretudo desenhos e pastéis na exposição da Semana de 1922, além de ter sido o autor de seu cartaz e da capa do catálogo com a programação. Em seus anos mais experimentais, Di criou ilustrações para revistas modernistas como a “Klaxon” e para livros como “Carnaval”, obra de Manuel Bandeira cujo poema “Os sapos” foi lido durante a Semana e chocou parte da plateia.
Victor Brecheret
Nascido Vittorio em Farnese, na Itália, Victor Brecheret (1894-1955) foi adotado pelo grupo modernista como o “Rodin brasileiro”, o representante da escultura na exposição da Semana de Arte Moderna de 1922. Na década de 1910, Brecheret estudou artes no Liceu de Artes e Ofícios, orgulho da São Paulo que se modernizava, e depois em Roma. De volta à capital paulista, o artista se destacou num ambiente de poucas experimentações na escultura. Em 1954, o desbravamento do país pelos bandeirantes, tão valorizado pelos modernistas paulistas, foi retratado por Brecheret na obra “Monumento às bandeiras”, no Parque do Ibirapuera, nas comemorações dos 400 anos de São Paulo.

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