terça-feira, 17 de novembro de 2015

Atualidades

“Temos tolerância zero com corrupção”, diz ministra norueguesa

Com forte investimento na área de petróleo e gás no Brasil, os noruegueses já estão precavidos contra escândalos de corrupção na área. É o que garante a ministra de Comércio e Indústria da Noruega, Monica Mæland, em entrevista exclusiva ao Fato Online. Segundo a ministra, que acompanhou a visita do príncipe herdeiro da Noruega, Haakon, ao Brasil, o país controla 1 a cada 4 navios-sonda de exploração de petróleo no país e pretende expandir a sua presença. Algumas questões, no entanto, dificultam essa expansão. Para ela, a principal é a falta de previsibilidade das regras brasileiras nessa área. 

Ao lado de empresários de seu país, ela fez um pronunciamento na sede da CNI (Confederação Nacional da Indústria) e ouviu os seus conterrâneos avaliarem quais os principais entraves para uma maior participação do país nórdico na indústria brasileira de petróleo. Entre os principais pontos mencionados estão justamente a falta de previsibilidade, a regra de conteúdo nacional que, segundo os presentes, burocratiza os investimentos, a legislação trabalhista e a obrigatoriedade de a Petrobras arcar com 30% dos investimentos. Foram feitas também críticas ao excesso de impostos.

Mas Monica preferiu não se estender nas críticas e mirar no que ela chamou de “construção bilateral” de uma relação duradoura entre o seu país, no extremo norte do planeta, com o Brasil, que chega até o extremo sul. Confira os principais trechos da entrevista que tratou da área de petróleo e escândalos de corrupção.

Fato Online –  Como a mudança nas regras de conteúdo nacional na exploração de petróleo poderia aumentar a presença norueguesa nessa área no Brasil?

Monica Mæland –  Não temos nada contra o conteúdo local em si. Mas nós precisamos de condições previsíveis para acordos em que possamos confiar. Essa é a preocupação nos dias de hoje. É o que estamos tentando agora, já que a nossa indústria marítima é muito global e inovadora. Quer um exemplo? Um a cada quatro navios operando no Brasil [na área de petróleo] é norueguês. Para ambas as partes [Brasil e Noruega] é importante ter condições em que os dois possam confiar. Isso torna a relação mais previsível.

É por isso que estamos tentando negociar um acordo bilateral marítimo [entre Brasil e Noruega], que ainda não conseguimos concluir. O que obtivemos hoje [um memorando de entendimento para facilitar o diálogo na área de transporte marítimo] foi um primeiro passo porque nos dá uma boa oportunidade para negociar entre os dois governos a situação em detalhes e como podemos evoluir nesse sentido.


Pedro Lucas

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